domingo, 25 de novembro de 2012

Mulher Migrante na Venezuela: Artigo de imprensa, Agencia Lusa



Associação de apoio social propõe estudo sobre velhice de portugueses na Venezuela


Caracas, 25 nov (Lusa) - A Associação de Beneficência Só-Bem convidou hoje as mulheres luso-venezuelanas a participarem num estudo sobre os anciãos portugueses na Venezuela, destacando o desempenho de instituições locais que substituem o Estado no acompanhamento de "situações gritantes".

"Urge fazer um estudo, porém, que seja levado superiormente às instituições oficiais, sobre a velhice em solo venezuelano", disse a presidente da associação.

Ana Maria Góis falava para mais de uma centena de participantes no 2.º Congresso Nacional da Mulher Venezuelana, evento organizado pelo Clube de Comunicadores Sociais Luso-venezuelanos e a Associação Mulher Migrante, de Portugal, para assinalar o Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra a Mulher.

A presidente da Só-Bem frisou ainda que "a comunidade lusa vai envelhecendo em solo venezuelano e, como tal, as situações de carência tenderão a aumentar".

"Diversos idosos, sem família e sem meios de subsistência necessitam de apoios, tendo o Estado português cortado a muitos deles o ASIC, (subsídio de apoio social) mercê das dificuldades que assolam as finanças lusas e dos abusos que se verificaram ao longo de anos", disse.

"É crível que, aumentando os casos de mendicidade, os meios postos à nossa disposição se revelem insuficientes. Não tanto em termos alimentares, onde a comunidade lusa se vem revelando generosa, mas em termos de numerário, imprescindível para a aquisição de medicamentos e pagamento de médicos e ambulatórios", afirmou.

A responsável da Associação Beneficência lembrou ainda que "vicissitudes diversas" levaram o "Estado Social a defrontar-se com uma crise que, obviamente, afetará o tecido social mais frágil".

Segundo Ana Maria Góis, este tecido social, "parco de rendimentos e debilitado, incapacitado de recorrer à malha estatal, acaba invariavelmente por recorrer a quantos, sem atenderem a cálculos matemáticos e questionários intermináveis, lhes dão os alimentos para matar a fome e os medicamentos para fazer face à doença".

Alertou ainda que "esses anónimos que trabalham por vezes em condições extremas”, pretendem apenas “ajudar o seu semelhante” e, por nada esperarem, “são muitas vezes tão esquecidos quanto os deserdados que amparam e protegem".

A Associação de Beneficência Só-Bem foi criada em 1988, está sediada na cidade de Valência, 200 quilómetros a oeste de Caracas, centrando a sua atenção em casos de carência extrema.

FPG // JPF - Lusa/Fim


Fonte: www.lusa.pt

[+] Informações: www.mulhermigrante.org.ve



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