Associação de apoio social propõe estudo sobre velhice de portugueses na Venezuela
Caracas, 25 nov (Lusa) - A Associação de Beneficência Só-Bem convidou hoje as mulheres luso-venezuelanas a participarem num estudo sobre os anciãos portugueses na Venezuela, destacando o desempenho de instituições locais que substituem o Estado no acompanhamento de "situações gritantes".
"Urge fazer um estudo, porém, que seja levado superiormente às instituições oficiais, sobre a velhice em solo venezuelano", disse a presidente da associação.
Ana Maria Góis falava para mais de uma centena de participantes no 2.º Congresso Nacional da Mulher Venezuelana, evento organizado pelo Clube de Comunicadores Sociais Luso-venezuelanos e a Associação Mulher Migrante, de Portugal, para assinalar o Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra a Mulher.
A presidente da Só-Bem frisou ainda que "a comunidade lusa vai envelhecendo em solo venezuelano e, como tal, as situações de carência tenderão a aumentar".
"Diversos idosos, sem família e sem meios de subsistência necessitam de apoios, tendo o Estado português cortado a muitos deles o ASIC, (subsídio de apoio social) mercê das dificuldades que assolam as finanças lusas e dos abusos que se verificaram ao longo de anos", disse.
"É crível que, aumentando os casos de mendicidade, os meios postos à nossa disposição se revelem insuficientes. Não tanto em termos alimentares, onde a comunidade lusa se vem revelando generosa, mas em termos de numerário, imprescindível para a aquisição de medicamentos e pagamento de médicos e ambulatórios", afirmou.
A responsável da Associação Beneficência lembrou ainda que "vicissitudes diversas" levaram o "Estado Social a defrontar-se com uma crise que, obviamente, afetará o tecido social mais frágil".
Segundo Ana Maria Góis, este tecido social, "parco de rendimentos e debilitado, incapacitado de recorrer à malha estatal, acaba invariavelmente por recorrer a quantos, sem atenderem a cálculos matemáticos e questionários intermináveis, lhes dão os alimentos para matar a fome e os medicamentos para fazer face à doença".
Alertou ainda que "esses anónimos que trabalham por vezes em condições extremas”, pretendem apenas “ajudar o seu semelhante” e, por nada esperarem, “são muitas vezes tão esquecidos quanto os deserdados que amparam e protegem".
A Associação de Beneficência Só-Bem foi criada em 1988, está sediada na cidade de Valência, 200 quilómetros a oeste de Caracas, centrando a sua atenção em casos de carência extrema.
FPG // JPF - Lusa/Fim
Fonte: www.lusa.pt
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